Análise Sintática: Sujeito



Sujeito: É um termo essencial da oração. É de quem ou sobre o quê fala o verbo.
As praias   estão cada vez mais poluídas.


Posição do Sujeito na Oração

Sujeito no início: o sujeito aparece antes do predicado.
As crianças brincavam despreocupadas.

Sujeito no fim: o sujeito aparece depois do predicado.
Brincavam despreocupadas as crianças.

Sujeito no meio: o sujeito aparece no meio do predicado.
 Despreocupadas, as crianças brincavam.


O sujeito pode ter um ou mais núcleos.

Tonico mora no interior.
O sujeito da oração - "Tonico" - é composto por uma só palavra. Mas o sujeito pode ser composto por mais de uma palavra.

O meu amigo Tonico mora no interior.
O: refere-se a Tonico
meu: refere-se a amigo
amigo: refere-se a Tonico

Qual o sujeito desta oração? "O meu amigo Tonico"
No entanto, uma das palavras que constitui o sujeito é mais importante que as demais: Tonico, pois ela é propriamente o termo sobre o qual se diz alguma coisa. Essa palavra é chamada de núcleo do sujeito. Núcleo do sujeito é, portanto, a palavra principal que forma o sujeito. Outros exemplos:

Minha tataravó já morreu.
As belas modelos do Brasil encantam o mundo.
O safado do presidente se faz de ingênuo.


Classificação do sujeito

1) Sujeito determinado: É identificado pelo contexto. Pode ser simples (um núcleo), composto (mais de um núcleo) ou oculto (determinado pela terminação do verbo, que sempre concorda com o sujeito).
a) Sujeito simples
Um homem alto abriu a porta.
O sujeito (quem abriu a porta?) é "um homem alto", ou seja, três palavras. Mas o "núcleo do sujeito" é homem. Ou seja, não é "um" quem está abrindo a porta, nem "alto", mas sim "homem". Como há apenas um núcleo, trata-se de sujeito determinado simples.

b) Sujeito Composto
Os tigres e as araras estão ameaçados de extinção.
Núcleos do sujeito: "tigres" e "araras".

c) Oculto, elíptico ou desinencial
Ficamos abestalhados com tanta corrupção. (Sujeito: Nós)
O sujeito oculto pode ser identificado pela terminação (ou desinência) do verbo. No exemplo, observe a desinência "amos", que se refere à primeira pessoa do plural, "nós".

2 - Sujeito Indeterminado: é aquele que, embora existindo, não se pode determinar nem pelo contexto, nem pela terminação do verbo. Na língua portuguesa, há três maneiras diferentes de indeterminar o sujeito de uma oração:

a) Com verbo na 3ª pessoa do plural:
O verbo é colocado na terceira pessoa do plural, sem que se refira a nenhum termo identificado anteriormente (nem em outra oração):
Procuraram você por todos os lugares.
Estão pedindo seu documento na entrada da festa.

b) Com verbo ativo na 3ª pessoa do singular, seguido do pronome se:
O verbo vem acompanhado do pronome se, que atua como índice de indeterminação do sujeito. Essa construção ocorre com verbos que não apresentam complemento direto (verbos intransitivos, transitivos indiretos e de ligação). O verbo obrigatoriamente fica na terceira pessoa do singular.
Vive-se melhor no campo. (Verbo Intransitivo)
Precisa-se de técnicos em informática. (Verbo Transitivo Indireto)
No casamento, sempre se fica nervoso. (Verbo de Ligação)

c) Com o verbo no infinitivo impessoal: o verbo no infinitivo pode ser considerado impessoal quando não estiver associado a um sujeito que se possa deduzir do contexto.
Era penoso estudar todo aquele conteúdo.
É triste assistir a estas cenas tão trágicas.

Obs.: quando o verbo está na 3ª pessoa do plural, fazendo referência a elementos explícitos em orações anteriores ou posteriores, o sujeito é determinado.
Felipe e Marcos foram à feira. Compraram muitas verduras.
Nesse caso, o sujeito de compraram é eles (Felipe e Marcos). Ocorre sujeito oculto.


3- Oração sem sujeito: apesar de ser um termo essencial da oração, o sujeito pode não existir em algumas orações. No caso de orações sem sujeito (OSS), o processo que o verbo expressa refere-se a si mesmo e não pode ser atribuído a ninguém. A oração é formada apenas pelo predicado e articula-se a partir de um verbo impessoal. Casos de OSS:

a) Verbos que exprimem fenômenos da natureza: nevar, chover, ventar, gear, trovejar, relampejar, amanhecer, anoitecer, etc.
Choveu muito no inverno passado.
Amanheceu antes do horário previsto.

Observação: quando usados na forma figurada, esses verbos podem ter sujeito determinado.
Choviam crianças na distribuição de brindes. (sujeito: crianças)
Já amanheci cansado. (sujeito: eu)

b) Verbos ser, estar, fazer e haver, quando usados para indicar uma ideia de tempo ou fenômenos meteorológicos:
É noite. (Período do dia)
Eram duas horas da manhã. (Hora)
Hoje é (ou são) 15 de março. (Data)
Está tarde. (Tempo)
Está muito quente.(Temperatura)
Faz dois anos que não vejo meu pai. (Tempo decorrido)
Fez 39° C ontem. (Temperatura)
Não a vejo anos. (Tempo decorrido)
Havia muitos alunos naquela aula. (Verbo Haver significando existir)

Atenção: Com exceção do verbo ser, os verbos impessoais devem ser usados SEMPRE NA TERCEIRA PESSOA DO SINGULAR. Devemos ter cuidado com os verbos fazer e haver usados impessoalmente: não é possível usá-los no plural.
Faz muitos anos que nos conhecemos.
Deve fazer dias quentes na Bahia.
muitas pessoas interessadas na reunião.
Houve muitas pessoas interessadas na reunião.
Havia muitas pessoas interessadas na reunião.
Haverá muitas pessoas interessadas na reunião.
Deve ter havido muitas pessoas interessadas na reunião.
Pode ter havido muitas pessoas interessadas na reunião.



Entendendo a Partícula <se>
As construções em que ocorre a partícula <se> podem apresentar algumas dificuldades quanto à classificação do sujeito.

a) Aprovou-se o novo candidato. (Sujeito simples)
    Aprovaram-se os novos candidatos. (Sujeito simples)
                                        
b) Precisa-se de professor. (Sujeito Indeterminado)
    Precisa-se de professores. (Sujeito Indeterminado)

No caso (a), o <se> é uma partícula apassivadora e o verbo está na voz passiva sintética, concordando com o sujeito. Pode-se concluir isso, pois é possível passar para voz passiva analítica:

O novo candidato foi aprovado.
Os novos candidatos foram aprovados.

No caso (b), a partícula <se> não admite a voz passiva analítica (não existe “foram precisados”) e o verbo está na 3ª pessoa do singular, indicando que se trata de indeterminação do sujeito. Neste caso, quando a frase passa para o plural, o verbo permanece invariável.