Análise Sintática





Objeto Direto e Indireto
Complemento Nominal
Agente da Passiva

Adjunto Adnominal
Adjunto Adverbial
Aposto

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5. Frase, Oração e Período

Frase
A frase se define pelo seu propósito comunicativo, ou seja, pela sua capacidade de, num intercâmbio linguístico, transmitir um conteúdo satisfatório para a situação em que é utilizada. É todo enunciado de sentido completo, podendo ser formada por uma só palavra ou por várias, podendo ter verbos ou não.
O Brasil possui um grande potencial turístico.
Rua!
Ai!
O telefone toca.

Na língua escrita, a entoação é representada pelos sinais de pontuação, os quais procuram sugerir a melodia frasal. O contexto é fornecido pelo próprio texto, o que acaba tornando necessário que as frases escritas sejam linguisticamente mais completas que as expressas pela fala auxiliada por gestos e outras formas de comunicação. Essa maior complexidade linguística leva a frase a obedecer às regras gerais da língua. Portanto, a organização e a ordenação dos elementos formadores da frase devem seguir os padrões da língua. Por isso é que, no seguinte exemplo:

(1) As meninas estavam alegres.
(2) Alegres meninas estavam as.

Enquanto (1) constitui uma frase, (2) não é considerada uma frase da língua portuguesa.

De acordo com a construção, as frases classificam-se em:

Frase Nominal: é a frase construída sem verbos.
Fogo!
Belo serviço o seu!
Trabalho digno desse feirante.

Frase Verbal: é a frase construída com verbo.
O sol ilumina a cidade e aquece os dias.
Os casais saíram para jantar.
A bola rolou escada abaixo.



Oração
Uma frase verbal pode ser também uma oração.
Para isso é necessário:
- que o enunciado tenha sentido completo;
- que o enunciado tenha verbo.
Camila terminou a leitura do livro.

Uma frase pode conter uma ou mais orações. 

Brinquei no parque. (uma oração)
Entrei em casa e fechei a porta. (duas orações)
Comirezeiamei. (três orações)



Período
Período é a frase constituída de uma ou mais orações, formando um todo, com sentido completo. O período pode ser simples ou composto.

Período Simples: é aquele constituído por apenas uma oração, que recebe o nome de oração absoluta.
As plantas necessitam de cuidados especiais.

Período Composto: é aquele constituído por duas ou mais orações. Para saber o número de orações em um período, basta contar o número de verbos e locuções verbais.
Quando você partiu minha vida ficou sem alegria. (2 orações)
Rimos mais quando estamos brincando. (2 orações)
Chegueijantei e fui dormir. (3 orações)




Parágrafo 
Um texto é um conjunto de enunciados significativos que se organizam em parágrafos. Os parágrafos, por sua vez, são compostos de períodos. Os períodos são compostos de orações. Em um parágrafo, os períodos são separados por pontos.




PERÍODO COMPOSTO

Quando um período é composto, ele pode apresentar os seguintes esquemas de formação:

a) Composto por Coordenação: ocorre quando é constituído apenas de orações independentes, coordenadas entre si, mas sem nenhuma dependência sintática.
Saímos de manhã. (Independente)  
Voltamos à noite. (Independente)
Saímos de manhã e voltamos à noite.

b) Composto por Subordinação: ocorre quando é constituído de um conjunto de pelo menos duas orações, em que uma delas (Subordinada) depende sintaticamente da outra (Principal).
Faltei à aula para ir ao médico.
Faltei à aula. (Independente)
Ir ao médico. (Dependente, sozinha não é uma frase)

c) Misto: quando é constituído de orações coordenadas e subordinadas.
Fui à escola e busquei minha irmã que estava esperando.
<1> Fui à escola. (Independente, coordenada com <2> )
<2> Busquei minha irmã. (Independente, coordenada com <1> e principal de <3>)
<3> Estava esperando. (Dependente, subordinada a <2>)


PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO
Em um período composto por coordenação as orações são independentes. Quando as orações do período são separadas apenas por uma pausa, isto é, por uma vírgula, as orações do período são assindéticas. Quando uma oração é introduzida por conjunção, é sindética.
Corri, nadei, pedalei. (Assindéticas)
Eu persisti, logo venci a prova. (Assindética + Sindética)
As luzes apagaram-se, abriram-se as cortinas e começou o espetáculo. (2 Assindéticas + 1 Sindética)


Classificação das Orações Coordenadas Sindéticas

De acordo com o tipo de conjunção que as introduz, as orações coordenadas sindéticas podem ser:

a) Aditivas
Expressam ideia de adição. As conjunções coordenativas aditivas típicas são <e> e <nem>. Podem também estar ligadas pelas locuções <não só... mas (também), tanto...como> e semelhantes.
Discutimos e analisamos possíveis soluções.
Não corri nem acreditei nem insisti.
Chico Buarque não só canta, como também compõe.
Ela é não apenas bonita, mas inteligente.

b) Adversativas
Exprimem fatos ou conceitos que se opõem ao que se declara na oração coordenada anterior, estabelecendo contraste ou compensação. A conjunção adversativa típica é <mas>. Emprega-se também: <porém, contudo, todavia, entretanto> e as locuções <no entanto, não obstante, apesar de>. 
O amor é difícil, mas tentamos mesmo assim.
 O país é rico; o povoporémvive em miséria.
Tens razão, contudo controle-se.
O time jogou muito bem, no entanto, não conseguiu a vitória.
Votaram neles, não obstante a polêmica.

c) Alternativas
Expressam ideia de alternância de fatos ou escolha. A conjunção típica é <ou>. Empregam-se também: <ora...ora, quer...quer..., seja...seja,  etc>.
Diga agora ou cale-se para sempre.
Ora age com calmaora trata a todos com muita aspereza.
Estarei lá, quer faça chuvaquer faça sol.

d) Conclusivas
Exprimem conclusão ou consequência referentes à oração anterior. As conjunções típicas são <logo, portanto e pois>. Usa-se ainda <então, assim, por isso, por conseguinte, de modo que, em vista disso, etc>.
Não tenho dinheiro, portanto não posso pagar.
A situação econômica é delicada; devemospois, agir cuidadosamente.
O time venceu, por isso está classificado.
Aquela substância é toxica, logo deve ser manuseada com cuidado.


e) Explicativas
Indicam uma justificativa ou uma explicação referente ao fato expresso na declaração anterior. As principais são <que, porque e pois (anteposto ao verbo)>.
Vou embora,  que cansei de esperá-lo.
Vinícius devia estar cansado, porque estudou o dia inteiro.
Cumprimente-o, pois hoje é o seu aniversário.





PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO
Subordinadas Adjetivas
Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui valor e função de adjetivo. As orações vêm introduzidas por pronome relativo e exercem a função de adjunto adnominal do antecedente.
(1) Esta foi uma redação perfeita.
(2) Esta foi uma redação que fez sucesso.

Note que em (1) o substantivo redação foi caracterizado pelo adjetivo perfeita. Em (2), a oração “fez sucesso” também caracteriza o substantivo redação, utilizando o pronome relativo que para fazer esta conexão. Deste modo, a oração “que fez sucesso” é classificada como subordinada adjetiva. Além de conectar (ou relacionar) duas orações, o pronome relativo desempenha uma função sintática na oração subordinada: ocupa o papel que seria exercido pelo termo a que refere (geralmente o antecedente).

OBS: Vale lembrar um recurso didático para reconhecer o pronome relativo que: ele sempre pode ser substituído por <o qual, a qual, os quais, as quais>
Refiro-me ao aluno que é estudioso.
Refiro-me ao aluno o qual é estudioso.


Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas
Na relação que estabelecem com o termo que caracterizam, as orações subordinadas adjetivas podem atuar de duas maneiras diferentes:

Restritivas
Há aquelas que restringem ou especificam o sentido do termo a que se referem, individualizando-o. Essas orações nunca estão isoladas por pausa (vírgulas ou travessão).
Fui salvo por um homem que passava naquele momento.

Nesse exemplo, observe que a oração em destaque restringe e particulariza o sentido da palavra <homem>. Trata-se de um homem específico. A oração limita o universo de homens, isto é, não se refere a todos os homens, mas sim àquele que estava passando naquele momento.

Explicativas
Existem também orações que realçam um detalhe ou ampliam dados sobre o antecedente, que já se encontra suficientemente definido. Estas orações geralmente estão separadas por vírgula (ou travessão).
Fui salvo por Jesus, que é o caminho e a verdade, antes mesmo de nascer.

Nesse exemplo, a oração em destaque não tem o objetivo de restringir o sentido do substantivo Jesus. Na verdade, essa oração apenas apresenta algo que qualifica o substantivo Jesus, o fato de ser o caminho e a verdade.

Obs: A presença da vírgula pode mudar o significado da oração subordinada adjetiva:
(1) Mandei um telegrama para meu irmão que mora em Roma.
(2) Mandei um telegrama para meu irmão, que mora em Roma.


No período acima, podemos afirmar com segurança que, no exemplo (1), a pessoa que fala ou escreve tem, no mínimo, dois irmãos, um que mora em Roma e um que mora em outro lugar. A palavra "irmão", no caso, tem seu sentido limitado, logo a oração é subordinada adjetiva restritiva. No exemplo (2), é possível afirmar com segurança que a pessoa que fala ou escreve tem apenas um irmão, o qual mora em Roma. A informação de que o irmão more em Roma não é uma particularidade, ou seja, não é um elemento identificador, diferenciador, e sim um detalhe que se quer realçar, logo é uma oraçã subordinada adjetiva explicativa.



PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO
Subordinadas Substantivas
A oração subordinada substantiva tem valor de substantivo e vem introduzida, geralmente, por conjunção integrante (que, se).
Suponho que você foi à biblioteca hoje.
Você sabe se o presidente já acordou?

Os pronomes interrogativos (que, quem, qual) também podem introduzir orações subordinadas substantivas, bem como os advérbios interrogativos (por que, quando, onde, como).

O garoto perguntou qual era o telefone da moça.
Não sabemos a razão por que a vizinha se mudou.

OBS: A oração subordinada substantiva pode ser substituída pelo pronome "isso":
O garoto perguntou isso. (isso = Objeto direto)
Não sabemos a razão disso. (disso = Complemento Nominal)
Este método facilita a identificação da ocorrência de oração subordinada substantiva e da função sintática exercida, que é a mesma do pronome isso.

Classificação das Orações Subordinadas Substantivas
De acordo com a  função que exerce no período, a oração subordinada substantiva pode ser:
a) Subjetiva
É subjetiva quando  exerce a função sintática de sujeito do verbo da oração principal. 
É fundamental que você compareça à reunião.
Isso é fundamental. (isso = sujeito)
Convém que não se atrase na entrevista.
Isso convém. (isso = sujeito)
Ficou provado que não sou racista.
Isso ficou provado. (isso = sujeito)
Sabe-se que Aline não gosta de Pedro.
Sabe-se isso.
Isso se sabe. (isso = sujeito)

Obs.: quando a oração subordinada substantiva é subjetiva, o verbo da oração principal está sempre na 3ª. pessoa do singular.


b) Objetiva Direta
A oração subordinada substantiva objetiva direta exerce função de objeto direto do verbo da oração principal.
Todos querem que você seja aprovado.
Todos querem isso. (isso = Obj. Dir.)
A professora verificou se todos alunos estavam presentes.
A professora verificou isso. (isso = Obj. Dir.)
Queriam saber quem era o dono do carro importado.
Queriam saber isso. (isso = Obj. Dir.)
Eu não sei por que ela fez isso.
Eu não sei isso. (isso = Obj. Dir.)



c) Objetiva Indireta
A oração subordinada substantiva objetiva indireta atua como objeto indireto do verbo da oração principal. Vem precedida de preposição.
Meu pai insiste em que eu estude.
Meu pai insiste nisso. (nisso = objeto indireto)
Marta não gosta de que a chamem de senhora.
Marta não gosta disso. (disso = objeto indireto)


d) Completiva Nominal
A oração subordinada substantiva completiva nominal completa um nome que pertence à  oração principal e também vem marcada por preposição.
Sentimos orgulho de que você se comportou
Sentimos orgulho disso. (disso = Compl. Nom.)



e) Predicativa
A oração subordinada substantiva predicativa exerce papel de predicativo do sujeito do verbo da oração principal e vem sempre depois do verbo ser.
Nosso desejo era que ele desistisse.
Nosso desejo era isso. (isso = predicativo do suj.)


f) Apositiva
A oração subordinada substantiva apositiva exerce função de aposto de algum termo da oração principal.
Ela tinha sonho: que o dia do seu casamento chegasse.
Ela tinha sonho: isso. (isso = aposto)


Obs: Apesar de a NGB não fazer referência, podem ser incluídas como orações subordinadas substantivas aquelas que funcionam como agente da passiva iniciadas por <de> ou <por> + pronome indefinido
O presente será dado por quem o comprou.
O espetáculo  foi apreciado por quantos o assistiram.






PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO
Subordinadas Adverbias
Uma  oração subordinada adverbial é aquela que exerce a função de adjunto adverbial do verbo da oração principal. Dessa forma, pode exprimir circunstância de tempo modo, fim, causa, condição, hipótese, etc. Quando desenvolvida, vem introduzida por conjunções subordinativas (com exclusão das integrantes). Classifica-se de acordo com a conjunção ou locução conjuntiva que a introduz.
Quando vi a estátua, senti calafrios.

Observe que a oração em destaque agrega uma circunstância de tempo. É, portanto, chamada de oração subordinada adverbial temporal. Os adjuntos adverbiais são termos acessórios que indicam uma circunstância. A classificação do adjunto adverbial depende da exata compreensão da circunstância que exprime: 

a) Causa
A ideia de causa está diretamente ligada àquilo que provoca um determinado fato, ao motivo do que se declara na oração principal. "É aquilo ou aquele que determina um acontecimento”. Principal conjunção: <porque>. Outras conjunções e locuções causais: <pois, pois que, já que, uma vez que, visto que, como>.
As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito forte.
Como ninguém se interessou, o projeto foi cancelado.
Já que você não vai, eu também não vou.
Por ter muito conhecimento, é muito procurado.  
(Porque tem muito conhecimento é sempre consultado.)


b) Consequência
As orações subordinadas adverbiais consecutivas exprimem um fato que é consequência do que se declara na oração principal. São introduzidas pelas conjunções e locuções: <que, de forma que, de sorte que, tanto que, etc.> e pelas estruturas <tão...que, tanto...que, tamanho...que>.
É feio que dói. (É tão feio que, em consequência, causa dor.)
Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou vencendo.
Tão forte era que destruiu os portões.


c) Condição
Condição é aquilo que se impõe como necessário para a realização ou não de um fato. As orações subordinadas adverbiais condicionais exprimem o que deve ou não ocorrer para que se realize ou deixe de se realizar o fato expresso na oração principal. Principal conjunção: <se>. Outras conjunções condicionais: <caso, contanto que, desde que, salvo se, exceto se, a não ser que, a menos que, sem que, uma vez que (seguida de verbo no subjuntivo)>.
Se for bem elaborado, seu trabalho será o melhor.
Uma vez que todos aceitem, assinaremos o contrato.
Caso você se case, convide-me para a festa.
Não saia sem que eu permita.
Conhecendo os alunos, o professor não os teria punido.
(Se conhecesse os alunos, o professor não os teria punido.)


d) Concessão
As orações adverbiais subordinadas concessivas indicam concessão às ações do verbo da oração principal. Principal conjunção: <embora>. Utiliza-se também a conjunção: <conquanto> e as locuções <ainda que, ainda quando, mesmo que, se bem que, posto que, apesar de que>.
Ele irá somente se ela não for. (Condicional)
Ele irá mesmo que ela não vá. (Concessiva)
(Ele concede ir se ela não for)

Diferente da oração condicional, em que a ação principal ocorre somente se for satisfeito algo, a oração concessiva permite (concede) que a ação principal ocorra apesar de algo. Assim, no exemplo acima, o fato de “ele” ir acontecerá independentemente (apesar) de “ela não ir”. Outros exemplos:

Embora fizesse calor, levei agasalho.
(levei agasalho apesar defazer calor”)
Conquanto tentasse, não conseguia esconder sua orientação.
(não conseguia apesar detentar”)
Seria aprovado sem que tivesse estudado.
(Seria independentemente deestudar”)


e) Comparação
As orações subordinadas adverbiais comparativas estabelecem uma comparação com a ação indicada pelo verbo da oração principal. Principal conjunção: <como>. Utilizam-se com muita frequência as seguintes estruturas que formam o grau comparativo dos adjetivos e dos advérbios: <tão...como, tão...quanto, mais (do) que, menos (do) que>.
Ele dorme como um urso.
Sua sensibilidade é tão afinada quanto a sua inteligência.
O orador foi mais brilhante do que profundo.

OBS: É comum a omissão do verbo nas orações subordinadas adverbiais comparativas.
Eles fazem como os adultos (fazem).
No entanto, quando se comparam ações diferentes, isso não ocorre.
Ela fala mais do que faz.



f) Conformidade
As orações subordinadas adverbiais conformativas indicam ideia de conformidade, ou seja, exprimem uma regra, um modelo adotado para a execução do que se declara na oração principal. Principal conjunção: <conforme>. Outras conjunções conformativas: <como, consoante e segundo (todas com o mesmo valor de conforme)>.
Fiz o bolo conforme ensina a receita.
Consoante reza a lenda, o mal foi vencido.
Segundo relatório do órgão, o Brasil é muito desigual.


g) Finalidade
As orações subordinadas adverbiais finais indicam a intenção, a finalidade daquilo que se declara na oração principal. Principal locução conjuntiva: <a fim de que>. Outras conjunções finais: <que, porque (= para que)> e a locução conjuntiva <para que>.
Aproximei-me dela a fim de que me visse.
Abri a porta para que minha namorada entrasse.


h) Proporção
As orações subordinadas adverbiais proporcionais exprimem ideia de proporção, ou seja, um fato simultâneo ao expresso na oração principal. Principal locução conjuntiva: <à proporção que>. Outras  locuções conjuntivas proporcionais: <à medida que, ao passo que>. Há ainda as estruturas: <quanto (mais / menos)...(mais / menos), quanto (maior / menor)...(maior / menor)>.
À proporção que estudávamos, acertávamos mais questões.
Visito meus amigos à medida que eles me convidam.
Quanto mais você quer, menos tem.

Obs: <À medida que> é uma conjunção que expressa ideia de proporção; portanto, pode ser substituída por <à proporção que>. <Na medida em que> exprime uma ideia de causa e equivale a <tendo em vista que> e só nesse sentido deve ser usada.
Na medida em que há provas contra esse homem, ele será preso e o julgamento ocorrerá por um tempo à medida que mais provas sejam aceitas.

i) Tempo
As orações subordinadas adverbiais temporais acrescentam uma ideia de tempo ao fato expresso na oração principal, podendo exprimir noções de simultaneidade, anterioridade ou posterioridade. Principal conjunção subordinativa: <quando>. Outras conjunções subordinativas temporais: <enquanto, mal> e locuções conjuntivas: <assim que, logo que, todas as vezes que, antes que, depois que, sempre que, desde que, etc>.
Quando você foi embora, chegaram outros convidados.
Sempre que ele vem, ocorrem problemas.
Mal você saiu, ela chegou.
Terminada a festa, todos se retiraram.
(= Quando terminou a festa




ORAÇÕES REDUZIDAS
Observe as orações destacadas:
(1) É um desperdício comprar tanta comida.
(2) Ouvimos uma criança chorando na praça.
(3) Comprada a casa, a família mudou-se.

Veja que as orações em destaque não são introduzidas por conjunção. Além disso, os verbos estão em suas formas nominais (infinitivo, gerúndio e particípio). As orações que apresentam essa forma recebem o nome de Orações Reduzidas. Para reconhecer mais facilmente o tipo de oração que está sob a forma reduzida, podemos desenvolvê-la da seguinte maneira:
I) Substitui-se a forma nominal do verbo por um tempo do indicativo ou do subjuntivo;
II) Inicia-se a oração com um conectivo adequado (conjunção,  pronome relativo), de modo que apenas a forma da frase seja alterada, e não o seu sentido.

Forma Desenvolvida de (1): 
É um desperdício que compre tanta comida.
Análise da Oração: subordinada substantiva subjetiva.
Função sintática: Sujeito.
Assim, a oração em destaque em (1) é uma oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo.


Forma Desenvolvida de (2): 
Ouvimos uma criança que chorava na praça.
Análise da Oração: subordinada adjetiva restritiva.
Função sintática: Adjunto adnominal.
Assim, a oração em destaque em (2) é uma oração subordinada adjetiva restritiva reduzida de gerúndio.

Forma Desenvolvida de (3): 
Quando comprou a casa, a família mudou-se.
Análise da Oração: subordinada adverbial temporal.
Função sintática: Adjunto adverbial.
Assim, a oração em destaque em (3) é uma oração subordinada adverbial temporal reduzida de particípio.

Obs: Algumas orações reduzidas são fixas, isto é, não são passíveis de desdobramento.
Tenho muita vontade de comprar este vestido.
Este homem enriqueceu vendendo pastéis.


OBS: o infinitivo, o gerúndio e o particípio não constituem orações reduzidas quando fazem parte de uma locução verbal.
Preciso estudar mais este semestre.
Os palhaços estão divertindo as crianças.
A viagem foi cancelada pela agência.